“Vamos ser a central de dados do agro sustentável” - Produzindo Certo
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“Vamos ser a central de dados do agro sustentável”

Os planos da Produzindo Certo sempre evoluíram muito rápido. A metas estipuladas para os primeiros cinco anos da empresa foram alcançadas bem mais cedo que o esperado, em cerca de três anos. Com isso, antecipou a chegada do momento de um novo planejamento. Mais uma vez para o próximo quinquênio – e com perspectiva de ter se ser atualizado antes do prazo final.

“Nesse período a gente cresceu bastante a nossa base de fazendas. A gente tinha quase 1.200 na plataforma e hoje a gente passa de 7.500 propriedades. Continua na nossa estratégia aumentar essa base nos próximos anos, em uma escala ainda maior do que foi de 2019 até aqui, mas agora com um novo componente”, afirma Aline Locks, CEO da Produzindo Certo.

E esse novo componente é a base de dados da empresa. Com forte investimento em tecnologia, principalmente nos últimos dois anos, a Plataforma Produzindo Certo (PPC) passou a mapear os dados socioambientais das propriedades e agora ganhou peso para gerar novas oportunidades e negócios.

“A empresa já tem uma plataforma robusta, capaz de atender uma parte dessa demanda que existe por informação ambiental associada à produção”, destaca Aline.

“Você sabe quanto é produzido de soja sustentável no Brasil? A Plataforma vai te dizer. Você sabe quantos animais têm rastreabilidade individual no Brasil? Em que fazendas e em quais regiões eles estão distribuídos? Nós vamos ser a central de dados do agronegócio sustentável. A lógica é criar inteligência visto que a gente já tem muito dado”, complementa o COO da empresa, Charton Locks.

Para esse novo passo no uso da plataforma estão previstos, no novo planejamento, mais investimentos em tecnologia. A empresa encerrou 2023 com um time maior na área. Hoje são mais de dez pessoas na equipe interna e novos aportes e melhorias nas ferramentas digitais estão previstos no decorrer dos próximos anos.

A fim de apressar essas metas, a empresa está em busca de um novo investidor financeiro e estratégico. “Esse investidor é para acelerar esse investimento em tecnologia e trazer mais pessoas para dentro da empresa para nos ajudar a dar esse salto. A gente vai fazer isso de qualquer maneira, com o investimento a gente vai fazer mais rápido”, explica a CEO da Produzindo Certo.

A vez da agricultura regenerativa

Em 2023, a Produzindo Certo firmou vários contratos e parcerias para desenvolver projetos com agricultura regenerativa em estados como Tocantins, Mato Grosso, Pará e Maranhão. Por isso, 2024 tem tudo para ser o ano da consolidação e execução dessas iniciativas.

A empresa também está à frente da criação de um consórcio de agricultura regenerativa e pretende reunir vários elos do setor, como assistência técnica, tradings e indústrias. “A gente quer trazer vários players apoiando de maneira síncrona uma região em diversas frentes”, conta o COO.

Aproveitando a rede de produtores, parceiros e contatos que a empresa tem no sudoeste goiano, o primeiro grande grupo de produção de soja regenerativa do País deve surgir na região. “Eles estão muito interessados em liderar o primeiro trâmite do consórcio. Já temos uma reunião presencial ainda em janeiro para saber quem vai entrar”, antecipa Charton.

Importante destacar que a atuação da Produzindo Certo na pecuária também será ampliada. A empresa será uma das instituições beneficiadas pelo aporte financeiro de US$ 16,3 milhões de dólares do Bezos Earth Fund, fundo de investimentos filantrópicos do dono da Amazon, Jeff Bezos.

“Nós vamos trabalhar com 300 fazendas de pecuária do Pará e apoiar a originação de pelo menos um milhão de animais que são produzidos em área livre de desmatamento ilegal, com boas práticas de produção e com rastreabilidade”, diz o COO.

Maior internacionalização

Outro passo importante nos planos da Produzindo Certo é a ampliação do processo de internacionalização. Em 2022, a plataforma chegou à Argentina com a missão de preparar produtores de nove fazendas para a obtenção da certificação RTRS e trazer um novo impulso para a produção de soja responsável no País.

A iniciativa, em parceria com traders locais, marcou o primeiro passo da Produzindo Certo fora do Brasil. Em 2024, mais dez propriedades serão inseridas no projeto.

Mas o avanço no exterior pode ser bem maior. “Ano que vem a gente deve continuar ampliando o trabalho na Argentina e possivelmente no Paraguai”, diz a CEO, Aline Locks.

Isso porque existem propostas em andamento para estender a atuação da empresa para cerca de 300 fazendas na Argentina e em mais de 200 no Paraguai. “Pode ser que a chave vire muito rápido”, acrescenta Charton.

O avanço tecnológico recente da Plataforma Produzindo Certo possibilita isso, uma vez que ela já está estruturada para ser trilíngue, ou seja, além do português, será traduzida também para o espanhol e o inglês. Além disso, a ferramenta está apta a receber as informações específicas da legislação ambiental de cada País, ponto essencial para o serviço prestado pela Produzindo Certo.

Caso essa expansão para nossos vizinhos se confirme, a abertura de um escritório no exterior não é descartada já em 2024. “É mandatório. Nós vamos estar de fato exportando tecnologia para outro país”, completou Charton Locks.