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Neste 15 de outubro, Dia Internacional das Mulheres Rurais, e em todos os outros dias, é preciso ouvir o que elas têm a dizer
Quem somos? Quantas somos? O que queremos? Nos últimos anos, compreender o papel e a importância do universo feminino no agronegócio tem sido o objetivo de uma série de pesquisas recentes produzidas no Brasil e no mundo.
O tema é relevante, porque não somos poucas. Mas, sobretudo, porque nem sempre tivemos voz. Agora, quando começamos a ser ouvidas, mostramos que não é possível reduzir a participação das mulheres no agro a um estereótipo. Somos várias e essa diversidade é uma riqueza que precisa ser valorizada.
Segundo o último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE (2017), cerca de 19% das propriedades brasileiras são comandadas por mulheres. Isso corresponde a cerca de 1 milhão de estabelecimentos rurais produtivos. Dentro desse recorte, o maior contingente se encontra nas pequenas propriedades familiares, com até 1 hectare. Aqui, elas são as responsáveis por cerca de um terço do total.
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À medida em que o tamanho das fazendas aumenta, o poder feminino diminui. Isso se reflete na área rural controlada por gestoras. Elas respondem por apenas 8,5% do total – uma proporção bem inferior à vista no número total de propriedades.
São números bastante conhecidos, mas que sempre devem ser revisitados. Menos pela situação atual, mais pelo potencial que eles revelam.
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Se olharmos em perspectiva, vemos que essa presença feminina tem aumentado. O censo anterior, de 2006, indicava apenas 13% das propriedades nas mãos de mulheres. O avanço é real e perceptivo.
Quando combinados com outros levantamentos feitos sobre o tema, pode-se ter a dimensão qualitativa dessa evolução. Uma pesquisa apresentada há um ano pelo grupo Agroligadas – e feita em conjunto com Abag, Corteva e Sicredi – com mulheres atuantes na gestão de fazendas revela alto nível de escolaridade (41% têm pós-graduação) e, ainda mais importante, grande desejo de melhorar seu desempenho profissional (95% das entrevistadas manifestaram interesse nesse sentido).
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Preocupações profissionais, apontou o estudo, aparecem no topo da lista de desafios listados por elas. Elas desejam mais oportunidades para estudar, mais treinamentos, no mesmo nível do que é oferecido aos homens na mesma posição.
A capacitação deve ser encarada como uma prioridade para o agro como um todo. Mas as mulheres merecem um olhar especial nesse sentido.
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A desigualdade de gênero é um obstáculo presente, segundo dois terços delas. Ao removê-lo, pode-se criar um ambiente ainda mais propício para o desenvolvimento das empresas do agro, assim como tem acontecido em diversos outros setores.
A diversidade de gênero nas equipes é uma marca das empresas mais eficientes, segundo indicou o estudo Diversity Matters – América Latina, publicado pela consultoria McKinsey. O trabalho mostra que aquelas que combinam homens e mulheres em suas equipes executivas têm 14% mais probabilidade de superar a performance financeira de seus pares. Já nas que são percebidas pelos funcionários como tendo diversidade de gênero, essa probabilidade sobe para 93%.
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Não é difícil imaginar que esse melhor desempenho possa ser verificado em outras áreas, além da financeira. Na gestão agronômica, pecuária ou de recursos humanos e ambientais. O agro responsável não pode prescindir da força e da capacidade femininas.
Precisamos, mais do que nunca, ouvir as mulheres rurais. Uma importante oportunidade será o evento Vozes Responsáveis Femininas, que a Produzindo Certo e a Nutrien Soluções Agrícolas organizam no dia 26 de outubro, dentro do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio.
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Lá, podemos ter uma amostra clara da crescente energia das mulheres rurais. O congresso, que acontece no Transamérica Expo Center, deve reunir mais de 3 mil visitantes. Terei a honra de representar o agronegócio responsável no painel de abertura do evento. E poder contar com a parceria da Nutrien, que abriu seu espaço no congresso para a série Vozes Responsáveis, tem um valor inestimável.