
O ano de 2025 marcou um avanço expressivo da agricultura regenerativa no Brasil. Em um contexto global que exige sistemas produtivos mais sustentáveis e resilientes, o Reg.IA, primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina, liderado pela Produzindo Certo, consolidou-se como uma referência prática e colaborativa para o agro.
Mais do que resultados técnicos, o consórcio apresentou números expressivos, conquistou novos parceiros estratégicos e despertou o interesse da imprensa e do mercado por um modelo de cooperação que alia ciência, tecnologia e rentabilidade.
O balanço do ano mostra que o Reg.IA não apenas cresceu em alcance e credibilidade, mas também confirmou seu papel de liderança na transição do agro brasileiro para sistemas mais resilientes e de baixo carbono.
Um marco
Criado para conectar empresas, produtores e instituições em torno de um protocolo comum de práticas regenerativas, o Reg.IA reúne organizações que representam diferentes elos da cadeia agroalimentar, da biotecnologia à indústria de alimentos, passando por insumos, pesquisa e rastreabilidade.
Atualmente, o consórcio é formado por Agrivalle, Bayer, BrasilSeg, BRF, GAPES, InPlanet, Milhão Ingredients, Mina Mercantil, Proforest e Produzindo Certo. Cada uma dessas empresas traz uma contribuição única, fortalecendo a rede de conhecimento e a capacidade técnica do grupo.
O principal destaque do ano foi a colheita da primeira safra de soja regenerativa do Reg.IA, que alcançou 149 mil toneladas. Foram cultivados 36,6 mil hectares com a oleaginosa, com produtividade média de 67,85 sacas por hectare (4,07 toneladas/ha).
A pegada média de carbono foi de 510,58 Kg CO₂eq/ton, conforme a calculadora Footprint PRO Carbono desenvolvida pela Bayer em parceria com a Embrapa, enquanto o estoque de carbono no solo foi de 73,5 toneladas por hectare, conforme resultado das análises realizadas pela ConnectFarm.
Os dados, divulgados pela Produzindo Certo em setembro, refletem os resultados da adoção de práticas que priorizam rotação de culturas, cobertura vegetal, manejo adequado do solo, uso racional de insumos e redução do revolvimento mecânico do solo. Além de benefícios ambientais, essas ações melhoram a estrutura e a fertilidade do solo, aumentam a infiltração de água e contribuem para o sequestro de carbono.
O sucesso da safra foi amplamente reconhecido pela imprensa especializada. Veículos como Capital Reset, AgFeed e The Agribiz destacaram o protagonismo do Reg.IA e seus resultados como referência para outras cadeias produtivas.
A divulgação desses números rendeu ampla cobertura na mídia especializada, reforçando a credibilidade do projeto. Veículos como AgFeed relataram os ganhos em carbono e o “espelho” que o modelo representa para outros setores produtivos.
O portal Capital Reset destacou que a produtividade ultrapassou em cerca de 500 kg/ha a média nacional da soja, evidenciando o caráter competitivo do modelo. O site The Agribiz apontou que a pegada de carbono das fazendas participantes é 3 vezes menor do que a média nacional.
Essa visibilidade reforça para produtores rurais, investidores e compradores que a agricultura regenerativa deixa de ser apenas discurso e passa a gerar resultados concretos.
De acordo com a Produzindo Certo, o resultado da primeira safra é a prova de que a agricultura regenerativa é economicamente viável e escalável. Os produtores participantes não apenas preservaram o solo e reduziram emissões, como também mantiveram níveis competitivos de produtividade e qualidade de grãos.
A adoção de práticas regenerativas, apoiada por ferramentas digitais de monitoramento e assistência técnica contínua, demonstrou que é possível unir rentabilidade e conservação ambiental, criando valor para toda a cadeia.
Expansão do consórcio
O ano de 2025 também foi marcado pela chegada de novos parceiros estratégicos que ampliaram a capacidade de atuação e o alcance do Reg.IA.
A Brasilseg, empresa BB Seguros, foi a primeira seguradora a se unir ao consórcio. A parceria busca adaptar os modelos de seguro rural à agricultura regenerativa, criando mecanismos de proteção financeira para produtores que adotam boas práticas ambientais. Segundo o anúncio oficial, o projeto-piloto vai contemplar lavouras em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, integrando mitigação de riscos climáticos com políticas de incentivo à sustentabilidade.
Outro reforço importante foi a entrada da InPlanet, startup alemã-brasileira especializada em remoção de carbono via intemperismo acelerado de rochas. A tecnologia da empresa promove a remineralização dos solos, melhora a fertilidade natural e contribui para o sequestro permanente de CO₂ atmosférico.
A chegada da Proforest, organização internacional reconhecida por sua atuação técnica em cadeias agrícolas e florestais sustentáveis, trouxe um novo patamar de governança e qualificação técnica ao consórcio. A instituição tem experiência global em projetos de rastreabilidade, certificação e fortalecimento de políticas corporativas de sustentabilidade, e vê no Reg.IA um laboratório vivo para aplicação de práticas regenerativas em larga escala.
Por fim, a Mina Mercantil passou a integrar o Reg.IA com um propósito claro: valorizar quem produz de forma sustentável. A empresa pretende adquirir milho e soja regenerativos cultivados dentro do consórcio, oferecendo um prêmio de até 2% aos produtores fornecedores.
Que venha 2026
Os resultados de 2025 deixam clara a trajetória ascendente do consórcio. Os próximos passos incluem a ampliação do protocolo regenerativo, o aumento no número de fazendas participantes e a integração de métricas financeiras e ambientais. Essas inovações permitirão medir, comprovar e valorizar economicamente os benefícios gerados pelos produtores regenerativos.
À medida que o mundo se prepara para uma nova década de desafios climáticos e oportunidades sustentáveis, o Reg.IA mostra que a regeneração não é apenas um conceito, mas uma prática que une ciência e pessoas em torno de um objetivo comum: produzir certo para regenerar o planeta.