Produtor Jean Leonard Bouwmann
A busca por uma agricultura mais responsável e alinhada às exigências de um mercado global em transformação tem ganhado força dentro das porteiras. Um exemplo de destaque vem da parceria entre a Castrolanda, uma das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil, e a Produzindo Certo, agtech especializada na estruturação de cadeias agrosustentáveis, que tem ampliado o acesso de cooperados à certificação internacional RTRS (Round Table on Responsible Soy) por meio do programa Safra do Futuro.
Lançado oficialmente em 2023, o Safra do Futuro já nasceu com um histórico promissor: desde 2019, a cooperativa vinha estruturando ações voltadas à implementação de boas práticas agrícolas. Hoje, o programa se consolidou como uma plataforma completa de apoio à gestão das propriedades, com foco na sustentabilidade, segurança e competitividade do produtor rural.
A parceria com a Produzindo Certo começou em 2020 e se tornou peça-chave na estruturação dos diagnósticos socioambientais e no acompanhamento técnico das propriedades candidatas à certificação RTRS. Desde então, a empresa passou a ser responsável pelo suporte integral aos produtores, com visitas de campo, planos de ação personalizados e monitoramento dos avanços.
“Além do diagnóstico, acompanhamos cada passo para que o produtor entenda o que é preciso fazer, se prepare corretamente e alcance a certificação com segurança e eficiência”, explica Diego Pedr’Angelo, coordenador comercial da Produzindo Certo. “É um trabalho que exige envolvimento, diálogo e muita confiança, e os resultados mostram que estamos no caminho certo”, afirma.
Resultados concretos e crescimento coletivo
Produtor Nico Eduardo Leffers
Com a certificação feita em grupo, o programa reduz os custos e torna o processo mais acessível. A primeira auditoria aconteceu em 2021, com duas fazendas certificadas. No ano seguinte, mais quatro propriedades conquistaram o selo. Hoje, são sete propriedades reconhecidas pela RTRS dentro do grupo formado por cooperados da Castrolanda, com suporte técnico contínuo da Produzindo Certo.
“É uma assessoria gratuita da Castrolanda, diferente de outras iniciativas disponíveis. Visitamos a fazenda, aplicamos um checklist baseado em plataformas sustentáveis internacionais e classificamos a propriedade em níveis de 1 a 5. A partir dessa análise, indicamos a certificação mais adequada, sempre respeitando o ritmo de evolução do produtor”, explica Rafael Igor Santos, analista de qualidade da cooperativa.
Os números reforçam o sucesso da iniciativa. Só na safra 2023/2024, foram certificadas 22.930,2 toneladas de soja e 37.473,30 toneladas de milho. Em São Paulo, três das cinco propriedades certificadas com o selo RTRS são de produtores cooperados da Castrolanda. Um avanço significativo, que fortalece a imagem da produção brasileira no cenário internacional.
“A Produzindo Certo mantém a gestão desse grupo de forma exemplar, realizando avaliações anuais que garantem o alinhamento das propriedades ao nível de sustentabilidade exigido”, destaca Rafael.
Diferencial de mercado
Produtor João Cristiano Kiers
Para Willem Berend Bouwman, presidente da Castrolanda, cooperado e produtor certificado pela RTRS, o Safra do Futuro representa uma forma de profissionalizar a produção agrícola e atender às demandas do mercado.
“Esse programa é de grande importância, pois, por meio de auditorias externas, obtemos a validação dos nossos processos e mostramos ao mercado a credibilidade da nossa produção”, destaca.
Bouwman também ressalta os benefícios concretos do programa. “Achávamos que seria algo muito teórico, mas, na prática, percebemos avanços significativos na organização das propriedades. O investimento necessário é baixo em comparação aos ganhos, que vão além do retorno financeiro imediato. No médio prazo, esse diferencial certamente se refletirá em resultados econômicos mais amplos”, afirma.
Ao promover uma agricultura mais transparente e reconhecida internacionalmente, a parceria entre a Castrolanda e a Produzindo Certo cumpre um papel estratégico. Ela conecta o produtor às exigências do mercado, reduz barreiras no acesso a certificações e fortalece uma cadeia mais sustentável e valorizada.
“O produtor entende que a certificação não é um fim, mas um meio de evoluir, acessar mercados exigentes e mostrar ao mundo que é possível produzir com responsabilidade e qualidade”, conclui Diego Pedr’Angelo.
