Democratizar o acesso à certificação internacional RTRS (Round Table on Responsible Soy) para pequenos e médios produtores de soja e milho no Sul do Brasil. Esse é o propósito do Colheita Certa, novo programa da Produzindo Certo, que chega com uma proposta inovadora: unir cooperativas, produtores e tecnologia para transformar boas práticas agrícolas em reconhecimento de mercado com segurança, eficiência e custo acessível.
“O Colheita Certa é um programa de certificação multi-cooperativa, que tem como principal objetivo ampliar o acesso à certificação de soja e milho RTRS, que hoje é mais acessível para os grandes produtores, por conta do alto custo”, explica Diego Pedr’Angelo, coordenador comercial da Produzindo Certo.
O programa é voltado a propriedades rurais localizadas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para participar, é necessário que uma ou mais cooperativas reúnam, juntas, ao menos 15 produtores. O programa cobre todo o ciclo de certificação RTRS, que reconhece práticas sustentáveis nos âmbitos ambiental, social e econômico.
Em 2024, o volume global de soja certificada pela RTRS alcançou aproximadamente 11 milhões de toneladas. Empresas como Bunge, Unilever e Danone estão entre as compradoras desses certificados, refletindo a crescente demanda do mercado por soja produzida de forma responsável.
A adesão ao programa permite que produtores conquistem o certificado já no primeiro ano, seguindo um cronograma de melhorias contínuas. As exigências aumentam progressivamente, sendo requerida 100% de conformidade apenas a partir do terceiro ano. Todo o processo conta com acompanhamento técnico especializado.
A Produzindo Certo faz o diagnóstico socioambiental, o plano de ação e revisita as propriedades antes da auditoria de certificação. “O papel do produtor é fundamental: ele precisa abrir a porteira, dar transparência e se comprometer com a conformidade dos critérios avaliados — que, em sua maioria, refletem leis vigentes e boas práticas agrícolas”, afirma Pedr’Angelo.
“Em troca, ele ganha acesso a novos mercados e ainda pode receber um prêmio de sustentabilidade com a venda dos créditos de soja e milho RTRS”, complementa.
Parceria estratégica
As cooperativas são peças-chave no Colheita Certa. Desde a mobilização dos produtores até o acompanhamento integral de todo processo. Elas ganham um novo diferencial competitivo ao participarem do programa.
“A cooperativa tem acesso a uma plataforma exclusiva, com mapas, relatórios e o score socioambiental de cada propriedade. Dependendo do número de produtores indicados, ela pode receber cashback de até 25% dos créditos de soja sustentável gerados pela certificação”, destaca Diego.
A classificação das cooperativas segue uma escala de participação: de 1 a 5 propriedades indicadas (bronze), de 6 a 10 (prata), de 11 a 15 (ouro) e, acima de 25, a cooperativa pode formar um grupo exclusivo de certificação.
Além disso, a cooperativa ganha prioridade na negociação dos créditos de sustentabilidade, podendo usar isso como ferramenta para fidelização e valorização do produto junto ao mercado comprador.
Plataforma Produzindo Certo
Todo o processo é gerenciado pela Plataforma Produzindo Certo, que integra diagnóstico técnico, inteligência de dados e ações estratégicas. A ferramenta oferece um aplicativo de campo, plano de ação e relatórios customizados além de monitoramento socioambiental contínuo.
A plataforma também permite extrair consulta socioambiental de qualquer área cadastrada, com informações simples como CPF, CNPJ ou o número do CAR para ajudar cooperativas e compradores a entenderem a conformidade ambiental de suas cadeias de suprimento.
Mecanismos de transparência como esses têm se tornado cada vez mais essencial diante de mercados mais exigentes e consumidores atentos à origem dos produtos.
Uma oportunidade de transformação
A proposta do Colheita Certa é ir além da certificação. É transformar realidades, impulsionar a valorização do produto no campo e abrir portas para mercados mais exigentes, que remuneram melhor quem prova sua responsabilidade.
“É uma via de mão dupla. O produtor faz a sua parte, se adequa às boas práticas, e em troca, tem acesso a novas oportunidades e reconhecimento. Já a cooperativa ganha gestão, reputação e protagonismo na construção de uma cadeia mais sustentável”, conclui Diego.