O futuro da agricultura brasileira passa por práticas mais sustentáveis, solo saudável e soluções tecnológicas alinhadas ao clima. Nesse cenário, o Reg.IA, primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina, acaba de ganhar um reforço de peso: a chegada da startup brasileiro-alemã InPlanet, referência global na remoção de carbono por meio do intemperismo acelerado de rochas.
Com atuação no Brasil desde 2022, a InPlanet vem construindo um modelo de negócio inovador e colaborativo. Ao lado de produtores rurais, a empresa aplica remineralizadores de solo feitos a partir de rochas moídas, como o basalto, devolvendo nutrientes à terra e, ao mesmo tempo, capturando dióxido de carbono da atmosfera.
“Essa tecnologia, já estudada e reconhecida por instituições como a Embrapa e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), tem dupla contribuição. No campo agronômico, os remineralizadores devolvem nutrientes ao solo, melhoram sua estrutura e recuperam sua fertilidade. E, ao mesmo tempo, permitem sequestrar carbono de forma natural e escalável”, afirma o engenheiro agrônomo Luiz Veronezi, Gerente Centro-Oeste de projetos de ERW da InPlanet.
A empresa já monitora mais de 15 mil hectares e foi a primeira do mundo a comercializar créditos de carbono certificados a partir da tecnologia de intemperismo acelerado de rochas (ERW). “Esse marco demonstra não apenas o pioneirismo da InPlanet, mas também a viabilidade de soluções inovadoras que unem ciência, agricultura e clima”, disse Veronezi.
Aliança regenerativa
Ao se unir ao Reg.IA, a InPlanet passa a integrar um grupo seleto de empresas comprometidas com a regeneração dos sistemas produtivos e do meio ambiente. Além da Produzindo Certo, idealizadora do consórcio, fazem parte da iniciativa Agrivalle, Bayer, BRF, GAPES, Milhão Ingredients, e, mais recentemente, a Proforest.
“Acreditamos que essa integração é muito positiva porque estamos alinhados em propósito e visão. O Reg.IA busca promover práticas regenerativas, e nós compartilhamos exatamente dessa missão”, reforça Veronezi. Segundo ele, a troca de conhecimento e o trabalho conjunto com os demais parceiros permitirá acelerar a adoção de soluções sustentáveis e tornar os benefícios mais acessíveis aos produtores.
A InPlanet pretende contribuir com suporte técnico, capacitação e acompanhamento em campo. Além disso, quer ajudar a reduzir as barreiras de entrada dos remineralizadores, subsidiando o produto nas propriedades para mensurar os resultados na prática. “A essência dos remineralizadores é devolver ao solo a fertilidade perdida, reconstruindo sua vitalidade e regenerando sua juventude”, disse o agrônomo.
Metas ousadas, impacto real

Luiz Veronezi, Ger. Centro-Oeste de projetos de ERW da InPlanet
A startup carrega ambições globais. A principal meta é ousada: remover 1 gigatonelada de carbono da atmosfera nos próximos anos. “Mais do que um número, esse objetivo reflete nosso compromisso de atuar em escala e transformar a agricultura em protagonista da luta contra a crise climática”, destacou Veronezi.
Para isso, a estratégia está centrada em alianças fortes como o Reg.IA. O consórcio permite criar uma rede de ação, ampliar a visibilidade da tecnologia e gerar impactos mensuráveis e confiáveis para produtores, empresas e o meio ambiente.
“Quanto mais aliados tivermos à nossa causa, maior será a capacidade de transformar o agronegócio brasileiro. Como costumamos dizer na InPlanet, nossa missão é remineralizar todo esse Brasil, e juntos chegaremos ainda mais longe”, conclui.
A visão da InPlanet para os próximos anos é clara: a regeneração dos solos será o motor da agricultura do futuro. “Enxergamos a agricultura regenerativa como o único caminho possível. É ela que garantirá a produtividade das próximas décadas, sem esgotar os recursos naturais e sem comprometer as gerações que virão”, defende Veronezi.
Mais do que uma tendência, a regeneração é hoje uma necessidade. E também uma oportunidade de gerar renda no campo, valorizar práticas sustentáveis e colocar o Brasil na liderança de uma nova revolução agrícola, mais verde, mais viva e mais conectada com os ciclos naturais do planeta.