Economia circular no agro: Conheça 5 exemplos que já funcionam no Brasil - Produzindo Certo
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Economia circular no agro: Conheça 5 exemplos que já funcionam no Brasil

Você já imaginou um sistema onde quase nada é desperdiçado? Em vez do tradicional modelo “extrair, produzir e descartar”, a economia circular propõe uma lógica de reaproveitamento contínuo dos recursos, onde resíduos viram insumos e o ciclo produtivo nunca para. Essa ideia, que há tempos inspira a indústria e as cidades, também está transformando o agronegócio e agora ganhou impulso com um plano nacional inédito no Brasil.

O Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC)*, aprovado recentemente e que deve ser publicado ainda no primeiro semestre deste ano, estabelece as diretrizes para que empresas, produtores e consumidores adotem práticas mais sustentáveis e inteligentes em todo o país.

O documento, elaborado em conjunto com a sociedade civil, setor produtivo e especialistas, é um marco para consolidar um novo modelo de desenvolvimento, mais resiliente, regenerativo e competitivo. E no agro, onde a eficiência e o uso racional dos recursos são essenciais, a economia circular tem tudo para florescer ainda mais com esse novo impulso.

Do conceito à prática

A economia circular no campo vai muito além da reciclagem de embalagens. Ela envolve o aproveitamento de resíduos orgânicos, o uso inteligente da água, o reaproveitamento de subprodutos e a criação de cadeias produtivas integradas. Em outras palavras, é sobre transformar o que antes era descartado em fonte de valor econômico, ambiental e social.

Mais do que uma tendência, esse modelo vem se tornando uma necessidade diante da escassez de recursos naturais e da pressão por práticas agrícolas mais sustentáveis. Empresas rurais que adotam princípios da circularidade têm mais chances de reduzir custos, acessar novos mercados e se alinhar às exigências de compradores nacionais e internacionais.

5 exemplos de sucesso no agro

Compostagem de resíduos orgânicos – Restos da colheita, dejetos dos animais e sobras da agroindústria podem ser transformados em adubo natural, substituindo fertilizantes químicos e melhorando a saúde do solo. É um ciclo virtuoso: o que a lavoura não usa, vira alimento para a terra.

Reuso de água na irrigação – Sistemas fechados ou de reuso tratam a água utilizada na lavagem de frutas, no confinamento de gado ou na indústria de laticínios para que ela volte ao processo produtivo. Isso reduz o consumo hídrico e alivia a pressão sobre rios e aquíferos.

Energia a partir de biomassa e resíduos – Casca de arroz, bagaço de cana, esterco e outros resíduos podem ser usados para gerar energia térmica ou elétrica nas propriedades rurais. Com isso, o produtor ganha autonomia energética e ainda contribui para a redução de emissões de carbono.

Reciclagem e logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas – O sistema de logística reversa Campo Limpo, coordenado pelo inpEV, é referência mundial. Os produtores devolvem as embalagens vazias nos pontos de coleta, onde são tratadas, recicladas ou descartadas de forma segura. De 2002 até o ano passado, mais de 800 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos tiveram a destinação ambientalmente correta graças a esse sistema.

Integração entre lavoura, pecuária e floresta (ILPF) – Esse modelo promove o uso eficiente da terra ao integrar diferentes atividades produtivas. A palha da lavoura serve de pasto, o esterco aduba a terra, e as árvores contribuem com sombra, biodiversidade e madeira. Cada elemento alimenta o outro.

*O plano faz parte da Estratégia Nacional de Economia Circular, que pode ser conferida por meio desse link.