Unir produtividade, rentabilidade e sustentabilidade em um mesmo projeto. Essa é a proposta do Bov.IS, Consórcio de Pecuária Intensiva Sustentável, que acaba de ser lançado pela Produzindo Certo. A iniciativa chega para impulsionar a pecuária nacional, criando uma ponte entre os elos das cadeias da carne e do couro comprometidos com eficiência e responsabilidade socioambiental.
Mais do que um programa, o Bov.IS surge como um movimento para acelerar a pecuária regenerativa no Brasil. Com lógica de módulos a serem implantados na cadeia de fornecimento dos frigoríficos e foco na rastreabilidade total dos animais, a iniciativa oferece segurança para o mercado e valorização para os pecuaristas que aderirem às práticas exigidas.
“Além da premiação em dinheiro e serviços que pode chegar a R$14,00 por animal, o produtor se beneficia da melhoria dos indicadores de produtividade do rebanho pela evolução genética e nutricional”, disse Paulo Costa, Head de Pecuária da Produzindo Certo.
Objetivos e metas
O modelo do consórcio prevê a implantação inicial em módulos mínimos de 15 propriedades e rebanhos de 50 mil animais, nos estados de Mato Grosso e Pará. Esses módulos vão se concentrar em áreas de forte atuação de frigoríficos, com foco na fase de recria.
Cada módulo depende da participação de duas entidades investidoras comprometidas por pelo menos três anos. A cada nova cota, outros 25 mil animais podem ser incluídos no programa. Após a fase inicial, que compreende os três primeiros anos de validação da metodologia, a expectativa é expandir para diferentes regiões do Brasil, respondendo à crescente demanda global por carne e couro com origem rastreada e sustentável.
“A carne e o couro produzidos no Brasil cada dia mais têm demanda por garantias de origem em propriedades que estejam em conformidade socioambiental. Os requisitos obrigatórios do Bov.IS conferem exatamente essas garantias, além de atender a normativa antidesmatamento da União Europeia”, destacou Paulo.
Entre as principais metas, o Bov.IS espera alcançar 45 pecuaristas no primeiro ano e 125 mil hectares de pastagens sob gestão do programa, com a recuperação e intensificação de pelo menos 5 mil hectares. Já ao fim de três anos, a expectativa é que os pecuaristas tenham aumento de 25% na taxa de lotação das propriedades e redução de 50% na pegada de carbono por cada arroba produzida.
Inspiração no Reg.IA
O formato do Bov.IS é semelhante ao do Reg.IA, primeiro consórcio de agricultura regenerativa da América Latina também liderado pela Produzindo Certo. Ambos envolvem práticas obrigatórias e opcionais a serem adotadas pelo produtor.
No caso do Bov.IS, para participar da iniciativa o pecuarista deve se comprometer a adotar três práticas obrigatórias. São elas: 100% do rebanho rastreado, status socioambiental na comercialização do animal e desmatamento zero na propriedade a partir de 31 de dezembro de 2020, conforme estabelece a Lei antidesmatamento da União Europeia, a EUDR.
Além disso, o produtor precisa adotar, no primeiro ano, pelo menos uma prática opcional, como Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), plano de melhoramento genético, recuperação de pastagens, gestão de índices zootécnicos ou ações de bem-estar animal.
Para o pecuarista, o modelo é viável independentemente do porte da fazenda. “O produtor não tem custo para implementar as práticas. Elas são financiadas pelo consórcio de acordo com a necessidade de cada propriedade, e o valor é descontado da bonificação a ser recebida”, explicou o Head de Pecuária.
Embora ainda não tenha parcerias comerciais firmadas, o Bov.IS já iniciou o diálogo com empresas interessadas e prevê a adesão dos primeiros pecuaristas em janeiro de 2026.
A meta é que, após o primeiro ano, os créditos de carne e couro estejam disponíveis para redes varejistas e marcas que utilizam couro brasileiro, integrando-os às suas políticas ESG e garantindo repasse de valor aos produtores. “A intenção é ganhar escala para atender a grande demanda do mercado pela produção pecuária sustentável”, pontuou Paulo.
“O Bov.IS oferece ao mercado a segurança de que o recurso aplicado realmente se traduz em ganhos ambientais, sociais e de governança. Para o pecuarista, é a chance de aumentar produtividade e acessar novos nichos de mercado. Para o investidor, é a oportunidade de apoiar um projeto transformador e financeiramente sólido transformando o investimento em créditos para suas metas ESG”, concluiu.
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