O primeiro passo para uma produção mais responsável - Produzindo Certo
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O primeiro passo para uma produção mais responsável

ESG, El Niño, bem-estar animal… Temas recorrentes em 2023 e que, claro, também ganharam destaque aqui na sessão Faça Certo do nosso portal. Afinal, uma das nossas missões é trazer conteúdo prático e objetivo de forma didática para o produtor rural.

A responsabilidade social, um dos pilares do conceito ESG (Environmental, Social and Governance), foi tema mais de uma vez por aqui neste ano. Um dado importante que o produtor deve considerar ao tratar desse assunto é que entre 60% e 70% das auditorias realizadas em processos de certificação diz respeito à parte social da fazenda.

Por isso, é essencial colocar cada vez mais em evidência a gestão de recursos humanos, a segurança do trabalho e o bem-estar dos colaboradores. Há uma série de critérios que determinam se a gestão da fazenda ou da empresa em questão está fazendo corretamente o dever de casa, como divisão de cargos e salários, treinamento e capacitação dos funcionários e disponibilização de água, alimentação e alojamentos adequados.

O bem-estar dos animais, para quem se dedica aos mais diversos segmentos da pecuária, é outro ponto que merece atenção, orientação e investimento. Uma das nossas reportagens relacionadas a este tema trouxe cinco técnicas básicas para garantir as boas práticas dentro do curral.

Além de atender ao exigente mercado consumidor e aos processos mais rígidos de certificação, estudos comprovam que zelar pelo bem-estar dos animais traz ganhos econômicos, com aumento em volume e na qualidade da produção, e ainda aumenta a segurança da equipe que faz o manejo.

Garantir o conforto térmico aos rebanhos, seja no pasto, seja no confinamento, é uma das práticas de bem-estar. Evitar o estresse térmico previne problemas de saúde, estimula os bovinos a se alimentarem melhor, potencializa o ganho de peso e aprimora o padrão de qualidade da carne.

“É comprovado que se há sombreamento, o resultado na produção de carne é melhor”, disse em entrevista Willian Campos, coordenador de campo da Produzindo Certo.

Para isso, existem técnicas, sistemas, pesquisas e estratégias à disposição do produtor. Um exemplo, no caso dos animais criados a pasto, é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou a Integração Pecuária-Floresta (IPF).

Pesquisa realizada pela Embrapa Agrossilvipastoril, em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), revelou que o gado criado em ILPF teve desempenho 30% superior ao apresentado, em média, pelo rebanho de corte mato-grossense.

Combate ao fogo

Lidar com o clima seco e quente foi um dos principais desafios do ano em muitas regiões do País. O estado de atenção com as queimadas, que já fazem parte do cotidiano de muitos produtores, foi intensificado, em 2023, devido às condições climáticas.

A preocupação foi redobrada com a chegada do fenômeno El Niño, que ampliou o risco de queimadas. E, por mais um ano, vimos o fogo lamber parte da paisagem de biomas como o Cerrado, que já é naturalmente seco.

Por isso, a sessão Faça Certo reforçou a necessidade de se investir em prevenção, ou seja, agir antes que o fogo aconteça. “Cada R$ 1 investido em prevenção contra incêndios gera uma economia de R$ 10 em combate”, afirmou Isafas Balke, Líder da Brigada Aliança na unidade de Pedra Preta (MT).

Brigada Aliança faz parte da Organização Não-Governamental (ONG) Aliança da Terra, instituição irmã da Produzindo Certo, e é formada por brigadistas experientes e altamente capacitados. Atua tanto em unidades de preservação, sob cuidados do poder público, quanto em propriedades privadas.

A unidade de Pedra Preta, por exemplo, é mantida por um pool de produtores de gado de corte que entenderam a importância das atividades dos brigadistas durante o ano todo. A iniciativa já reduziu em mais de 90% as ocorrências de queimada na região.

No entanto, para a prevenção coletiva funcionar, é necessário um trabalho altamente estratégico e profissional por trás, que inclui fazer um bom diagnóstico da região e conhecer bem o histórico das propriedades, conforme detalhado em outra reportagem por aqui.

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